
Satisfação em Ação
Ferramentas necessárias para promover a satisfação do colaborador
O que é Satisfação no Trabalho?
Desde as décadas iniciais do século XX, estudos foram desenvolvidos com a intenção de descobrir as dimensões, causas, e as consequências de um sentimento que surge quando o ser humano se relaciona com o trabalho.
Essa preocupação tem sido desenvolvida por gestores e pesquisadores a respeito do seu papel dominante sobre seus trabalhadores. Os pressupostos à essas investigações são em sua maioria econômicos, pois pretendem reduzir possíveis custos envolvidos com a força de trabalho e aumentar o lucro de suas empresas, mantendo os funcionários satisfeitos e produtivos.
Porém, Satisfação no Trabalho não é um tema tão fácil de ser conceituado, pois é um estado subjetivo do indivíduo, podendo variar de pessoa para pessoa, em determinada situação.
Muitos conceitos foram formulados baseados em referenciais teóricos diferentes, surgindo uma grande dificuldade de estabelecer um consenso entre eles.
Entre as abordagens mais frequentes, a satisfação no trabalho tem sido sinônimo ora de motivação, ora de atitude e, por fim, de estados emocionais.
Atualmente, o conceito mais utilizado é o que considera Satisfação no Trabalho como sinônimo de estado emocional, afetividade. A teoria que explica isso, é a Teoria de Locke (1976). Segundo ele, a Satisfação no Trabalho é “(…) um estado emocional positivo ou de prazer, resultante de um trabalho ou de experiências de trabalho(…)” (LOCKE, 1976, p. 1300 apud SIQUEIRA & JÚNIOR, 2014, P. 318).
Nesse sentido, pode se destacar dois aspectos importantes nesse conceito: 1º) em relação ao que o indivíduo pensa a respeito do seu trabalho (aspecto cognitivo); 2º) em relação ao que ele sente em relação ao seu trabalho (aspecto afetivo e emocional).
Partindo deste referencial, Locke (1969, 1976) considera a satisfação no trabalho como uma função da relação percebida entre o que um indivíduo quer de seu trabalho e o que ele percebe que está obtendo. A satisfação no trabalho seria, então, um estado emocional prazeroso, resultante da avaliação do trabalho em relação aos valores do indivíduo, relacionados ao trabalho. Insatisfação no trabalho seria um estado emocional não prazeroso, resultante da avaliação do trabalho como ignorando, frustrando ou negando os valores do indivíduo, relacionados ao trabalho. Assim, a satisfação e insatisfação no trabalho não são fenômenos distintos, mas situações opostas de um mesmo fenômeno, ou seja, um estado emocional que se manifesta na forma de alegria (satisfação) ou sofrimento (insatisfação) (Locke, 1969, 1976, 1984). (MARTINEZ & PARAGUAY, 2003, p.65).
Segundo Locke, o entendimento da satisfação no trabalho requer que o trabalho seja analisado em termos de seus elementos constituintes, e onde satisfação no trabalho global é o resultado da satisfação com diversos elementos do trabalho (Locke, 1969, 1976).
Além da dificuldade de obter consenso entre os conceitos, existem diferenças quanto aos componentes da satisfação no trabalho.
Alguns estudiosos consideram que o conceito é multidimensional, ou seja, é um conjunto de reações a vários componentes do trabalho, que podem gerar nos indivíduos diferentes graus de satisfação. Os mais frequentes componentes são: chefia, colegas de trabalho, o próprio trabalho, salário e oportunidades de promoção.
Já outros autores, afirmam que satisfação no trabalho é unidimensional, pois consideram o vínculo entre o conceito e o trabalho como um todo. Acreditam que longos testes com várias perguntas sobre diferentes aspectos, é algo cansativo, o que faz com que os trabalhadores respondam às perguntas de modo a não pensar muito, o que pode influenciar na qualidade das informações recolhidas.
A visão multidimensional é muito utilizada nos dias atuais, pois mostra ao gestor, onde ele vai interferir diretamente na empresa, caso haja insatisfação do trabalhador.
Pessoas mais satisfeitas com o seu trabalho, são as que menos planejam sair das empresas, e possuem maior engajamento com a organização, é o que apontam evidências. Portanto, se forem avaliados os níveis de satisfação do funcionário, será possível encontrar pessoas satisfeitas com o seu trabalho, e ao mesmo tempo, engajadas e comprometidas com o trabalho e a empresa.
Luana Graunk Pittelkow, 18 de maio 2017.
Referências:
Martinez, M.C. & Paraguay, A.I.B.B. Satisfação e saúde no trabalho - aspectos conceituais e metodológicos. Cadernos de Psicologia Social do trabalho, [S.I.], 2003, vol. 6, p. 60-65.
ZANELLI, J. C.; BORGES-ANDRADE, J. E.; BASTOS, A. V. B. (Org.). Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014, p 318-322.
Palavras-chave: Satisfação, afetivo, engajamento, comprometimento, emocional, experiências.